Alta nos casos de dengue requer atenção dos condomínios

Paraná e mais dez estados decretaram situação de emergência por causa da doença.

A dengue tem sido uma das principais preocupações da saúde pública no Brasil em 2024. Dados do Ministério da Saúde apontam que, desde janeiro, mais de 1,8 milhão de casos foram registrados, entre prováveis e confirmados, um novo recorde para as 11 primeiras semanas do ano, desde o início da série histórica em 2000. 

O Governo do Paraná decretou situação de emergência para a dengue no dia 15 de março. Além do estado, mais dez unidades da federação anunciaram a medida. Acre, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo também já emitiram o decreto. 

Dentro desse cenário, é importante que toda a sociedade civil trabalhe em conjunto para combater os focos da doença. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aponta que 72,9% dos criadouros do Aedes aegypti estão localizados em residências. Dessa forma, caixas d’água, vasos de plantas, vasilhas de comida e água para animais e outros objetos requerem atenção para não potencializarem os casos de dengue. 

Nos condomínios, essas preocupações também precisam ser recorrentes. Fátima Batista Galvão, vice-presidente de Condomínios do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR), reforçou que os síndicos precisam estar atentos a possíveis criadouros da dengue – seja em áreas comuns ou nas residências dos condôminos. 

“Um cuidado muito importante que os síndicos devem ter nas áreas comuns é com os locais em que possam haver empoçamento de água, porque, em algumas vezes, as calçadas não estão bem conservadas e a água fica empoçada. Então, o síndico tem que conhecer as informações junto à Secretaria de Saúde do município para manter isso protegido e estar atento a esses cuidados”, explica. 

Dentro das residências, a especialista reforça que é importante que o síndico esteja em constante contato com os moradores, principalmente, para os conscientizar sobre os perigos da doença e sobre a importância do combate aos criadouros para a segurança dos demais condôminos. 

“É fundamental criar uma cultura de combate à dengue nos condomínios, em especial, nas áreas comuns. Dentro da unidade, é essencial que os condôminos tenham atenção para que não haja focos nas residências. Também é fundamental a divulgação pelo síndico dos horários em que o mosquito da dengue está mais ativo, que é durante o período do amanhecer e entardecer, bem como a utilização do repelente para afastá-los”, prossegue. 

Outra forma de combate à transmissão da dengue no Brasil é por meio da vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, a imunização no país começou no dia 8 de fevereiro

e, até o dia 20 de março, 1,5 milhão de doses foram distribuídas, a partir do lote recebido pela empresa fabricante. Dessas, apenas 435 mil foram aplicadas. No Paraná, o público-alvo das vacinas foi ampliado para crianças e adolescentes de 12 a 14 anos – grupo que concentra o maior número de hospitalizações pela doença. 

Dados da Sesa apontam que, no Paraná, 30 municípios das regionais de Foz do Iguaçu e Londrina oferecem a imunização contra a dengue no SUS. Somente nesses dois municípios, cerca de 5 mil vacinas foram aplicadas. O estado é o terceiro no Brasil com mais casos da doença (cerca de 190 mil casos, atrás apenas de Minas Gerais e São Paulo), de acordo com o Ministério da Saúde.