Especialista parceira do Secovi-PR destaca o papel dos síndicos e os procedimentos necessários para validar o novo valor
Para grande parte dos moradores, a taxa de condomínio é considerada um gasto fixo previsto no orçamento familiar e que não gera muitas surpresas no fim do mês. No entanto, o valor a ser cobrado dos condôminos pode passar por reajustes oriundos de diversos fatores, como manutenções, reformas e aumento do custo de serviços e funcionários. Por isso, é importante que os síndicos estejam cientes da sua responsabilidade na gestão.
De acordo com Cecília Fontes, síndica profissional e parceira do Secovi-PR, o síndico tem a obrigação de propor o reajuste da taxa com base no caixa do condomínio. “É preciso analisar quanto o condomínio precisa arrecadar de receita, levando em conta o fundo de reserva, se estiver previsto na convenção, para contemplar todas as despesas e deixar o caixa do condomínio salutar”, explica.
Entre os desafios que podem impactar no valor da taxa e que são enfrentados na gestão, a inadimplência tem destaque. Cecília ressalta que, se essa situação ultrapassar o que foi previsto na convenção, o síndico deve agir para resolver o problema, seja por meio da implementação de uma régua de cobrança ou pela busca de uma assessoria jurídica. As medidas devem ser tomadas para manter a falta de pagamento dentro do limite previsto ou, então, para extingui-la.
Como validar o reajuste?
Desde a verificação da necessidade do reajuste até o início da cobrança do novo valor, é necessário que a proposta passe por alguns procedimentos legais para ser considerada válida. O processo se inicia com a construção de uma previsão orçamentária, que precisa ser aprovada em assembleia, tipicamente na Assembleia Geral Ordinária.
Além de uma formalidade, o momento é também uma oportunidade para compartilhar a realidade financeira do condomínio com os moradores e deixá-los a par do planejamento. “Essa etapa é importante para conscientizar os condôminos de que os funcionários precisam receber os seus salários com tudo que lhe for devido, que as manutenções não são opção, elas são obrigatórias, e que as concessionárias precisam ser pagas em dia”, afirma a especialista.
A transparência não pode ser deixada de lado
Para que todos aceitem com mais facilidade o reajuste e que concordem com a necessidade da iniciativa para o equilíbrio financeiro do condomínio, a comunicação e a transparência são pilares que devem ser mantidos a todo tempo. A profissional ressalta que o responsável precisa demonstrar lisura nas contas: “o síndico que busca uma relação harmoniosa com a massa condominial deve ter em mente a importância de fazer uma comunicação constante, baseada na escuta ativa, prestando contas anualmente na Assembleia Geral Ordinária ou quando exigidas por 1/4 dos condôminos”.
Assim, quando houver necessidade de reajuste da taxa, todos os moradores estarão cientes das contas, o que diminui as chances de questionamentos e oposições. Com uma comunicação clara e um planejamento orçamentário bem estruturado, é possível garantir que os condôminos compreendam a necessidade do reajuste e, consequentemente, mantenham um ambiente harmônico e saudável dentro do condomínio.