Transparência, processos e normas podem ajudar a reduzir conflitos e fortalecer a credibilidade
Termo comum no ambiente corporativo, o compliance nada mais é do que uma organização com regulamentos e políticas internas, garantindo que as atividades sejam conduzidas de forma ética e segura. É um sistema de gestão de riscos que utiliza mecanismos para prevenir, detectar e responder a irregularidades, ajudando a fortalecer a governança e proteger a reputação. E que pode funcionar dentro dos condomínios.
“No contexto condominial, ele pode ser entendido como um conjunto de mecanismos e processos que garante que as decisões do condomínio sejam tomadas de forma responsável, previsível e alinhada ao interesse coletivo”, conta Eduardo Domingues, sócio-diretor da Apolar Condomínios. “Isso acaba reduzindo conflitos e fortalecendo a credibilidade da administração”, completa.
Para isso, lembra, algumas práticas são essenciais, como a elaboração de uma previsão orçamentária anual bem estruturada, a divulgação mensal de demonstrativos financeiros completos (resumidos e detalhados) e o acesso facilitado a documentos como notas fiscais, contratos e comprovantes de pagamento.
Entre as principais vantagens estão a redução de custos, o aumento da previsibilidade financeira, a valorização do patrimônio e a proteção do síndico e o conselho de questionamentos, além de evitar litígios. “O compliance traz a segurança jurídica necessária, cria um ambiente mais confiável, estável e profissional para todos os condôminos”.
Os erros mais frequentes decorrentes dessa falta de controle são as contratações sem critérios técnicos, decisões não documentadas, falta de planejamento financeiro, má gestão da inadimplência, comunicação deficiente e ausência de manutenção preventiva. “Grande parte desses problemas pode ser evitada com processos formais claros, transparência e governança bem estabelecida”, reforça o especialista.
Como fazer
Para uma gestão baseada em compliance, Eduardo recomenda o uso de plataformas digitais, inteligência artificial, aplicativos e auditorias internas periódicas, que tornam a gestão mais clara, acessível e organizada, aumentando a confiança dos condôminos e reduzindo questionamentos. São ferramentas que, segundo ele, facilitam o acompanhamento pelos moradores e promovem uma comunicação contínua e profissional.