Muito além das questões de sustentabilidade, esse tipo de adaptação auxilia na redução de custos e na valorização dos imóveis. Foto: Freepik

Adaptações podem ser feitas gradualmente e com medidas simples. Além dos benefícios ambientais, essas medidas valorizam os imóveis

Cuidar do meio ambiente e se preocupar com a emissão de gases do efeito estufa não é mais apenas uma opção. Eventos climáticos extremos causados pelo aumento da temperatura global afetam em maior ou menor grau a maior parte dos habitantes das cidades. Novos empreendimentos imobiliários já são lançados com soluções sustentáveis, como painéis solares, aproveitamento de luz natural e da água da chuva. Mas, condomínios antigos também podem – e devem – se adequar.  

Eduardo Angelo Domingues, sócio diretor da administradora de condomínios Apolar GTX, acredita que a resposta para esses imóveis está em soluções inteligentes, investimentos estratégicos e uma mudança de cultura. “Os condomínios antigos vêm, sim, buscando mais sustentabilidade, embora esse movimento ainda ocorra de forma gradual”, acredita. 

Muito além das questões de sustentabilidade, Eduardo reforça que esse tipo de adaptação também auxilia na redução de custos, como nas contas de luz, água e manutenção; e na valorização dos imóveis, uma vez que prédios sustentáveis tendem a atrair mais compradores e alcançar melhor avaliação no mercado. 

Como começar

Quando se trata de iniciar essas mudanças, as ações sustentáveis mais viáveis para condomínios antigos são aquelas que envolvem baixo custo e oferecem retorno rápido, destaca o diretor. Entre elas, cita a substituição das lâmpadas comuns por modelos de LED, instalação de sensores de presença nas áreas comuns, além da coleta seletiva em parceria com cooperativas de reciclagem, o que representa baixo custo e gera impacto social positivo.

“A partir dessas ações iniciais, o condomínio pode evoluir para projetos de maior porte, como a instalação de painéis solares e sistemas de reuso de água”, orienta. O escalonamento é a melhor forma de implantar as melhorias, com as ações de curto, médio e longo prazo, em até cinco anos.  

“Como dica prática, é sempre interessante realizar assembleias com apresentações que demonstrem o custo-benefício das ações e compartilhar exemplos reais de sucesso pode ser decisivo para engajar os moradores e garantir a adesão ao plano”, avisa.

Desafios

As assembleias são importantes, avalia o especialista, para quebrar resistências às mudanças e até mesmo aos custos iniciais extras com as adequações. “A necessidade de convencer os moradores sobre o retorno financeiro é uma barreira recorrente. Soma-se a isso a falta de conhecimento técnico, já que muitos condomínios sequer sabem por onde começar”, diz.

Além disso, podem ser enfrentadas limitações estruturais em função de as construções serem antigas e dificultar a instalação de painéis solares e sistemas hidráulicos mais modernos, por exemplo. “A chave para superar essas dificuldades está em um bom planejamento escalonado, comunicação clara com os moradores e o apoio de especialistas no assunto”, resume Eduardo.