No Paraná, esse cenário tem exigido novas estratégias de gestão e negociação por parte dos síndicos

A inadimplência segue como um dos principais desafios para os condomínios em 2025. O aumento dos custos de manutenção, energia e serviços pressiona o orçamento das famílias e, consequentemente, o caixa condominial. No Paraná, esse cenário tem exigido novas estratégias de gestão e negociação por parte dos síndicos.
Segundo Eduardo Domingues, da Apolar Condomínios, é possível identificar dois perfis distintos entre os inadimplentes. “De um lado, moradores que atrasam pontualmente, mas regularizam rapidamente; de outro, um grupo menor, porém mais resistente, que permanece inadimplente por períodos prolongados e compromete o equilíbrio financeiro”, explica. Nesse segundo caso, a atuação de empresas garantidoras pode ser decisiva, pois permitem previsibilidade de caixa e preservam a saúde financeira do condomínio.
Os impactos vão além da questão financeira. “Contratos podem deixar de ser pagos, gerando rateios extras e insatisfação. Esse impacto também é social, pois cria atritos entre adimplentes e inadimplentes e desgasta a convivência”, ressalta Domingues. Para ele, medidas preventivas como planejamento orçamentário, reajustes compatíveis com a realidade da comunidade, transparência na apresentação de contas e comunicação clara com os moradores são fundamentais.
Quando a inadimplência já está instalada, a forma de conduzir a cobrança é determinante. “Mais do que tratar de uma unidade em atraso, muitas vezes estamos lidando com pessoas, famílias e sonhos. Empatia, escuta ativa e clareza na transmissão das informações são fatores-chave para alcançar acordos sustentáveis”, afirma. Ele lembra ainda que a dívida condominial é propter rem, ou seja, recai sobre o imóvel e pode colocar em risco o bem conquistado com esforço. “Esclarecer isso de forma respeitosa muda a percepção do devedor e abre caminho para soluções”, completa.
Para o futuro, Domingues acredita na integração entre tecnologia, gestão e atuação jurídica. Ferramentas digitais e bots já tornam o processo de contato mais rápido e personalizado, enquanto a execução de taxas condominiais prevista no CPC se mostra eficaz quando não há acordo amigável. Além disso, parcerias entre síndicos, administradoras e garantidoras oferecem estabilidade financeira de longo prazo. “Dessa forma, é possível enfrentar a inadimplência sem comprometer a convivência e garantindo a sustentabilidade da vida condominial”, conclui.