Embora os preços estejam elevados e o crédito mais restrito devido aos juros altos, o setor continua promissor. Foto: Daniel Castellano/SMCS

Locações e construções verdes estão entre as principais tendências para o final de 2025 e início de 2026

O mercado imobiliário no Paraná segue aquecido em 2025, com crescimento robusto, expansão para o interior e demanda por inovação e sustentabilidade. Embora os preços estejam elevados e o crédito mais restrito devido aos juros altos, o setor continua promissor. Quem avalia é Josué Pedro de Souza, vice-presidente de Locação e Administração Imobiliária do Secovi-PR.

No ano passado, o Paraná se consolidou como um dos principais mercados imobiliários do país, impulsionado pela expansão urbana, segurança jurídica e infraestrutura em crescimento. A capital Curitiba, em especial, teve aumento de cerca de 18% no preço por metro quadrado em 2024, de acordo com a tabela FipeZAP.

“O mercado imobiliário paranaense vem se destacando no cenário nacional”, reconhece Souza. Ele atribui o destaque à capital e também ao litoral, que vem se valorizando com as obras de revitalização e infraestrutura. Entre elas, estão a engorda da praia de Matinhos e a futura ponte que ligará a cidade a Guaratuba. 

Estúdios e locação são tendência

As pesquisas do Secovi indicam os lançamentos de estúdios e apartamentos menores, com um dormitório, além dos sobrados em condomínio fechado. Com a inflação ainda em alta, a tendência é de que o Banco Central volte a promover novas altas na taxa de juros, o que favorece a locação de espaços como estes, já que opções de financiamento ficam menos acessíveis neste cenário. 

“A locação segue em alta, também, pela confiabilidade que o investimento  apresenta. Somado à valorização do imóvel, são números que superam, muitas vezes, outras modalidades de investimento”, reforça o vice-presidente.

Desafios e oportunidades

O principal desafio ao crescimento em 2025 é a elevada taxa de juros, com a Selic podendo se aproximar de 15% até o fim do ano, o que eleva o custo do financiamento habitacional e reduz o poder de compra, especialmente para famílias de menor renda. O crédito pelo SBPE também se torna um obstáculo, já que a poupança tem sido menos utilizada pelos investidores.

Apesar disso, o mercado de imóveis de alto padrão continua aquecido, com lançamentos voltados a compradores com maior poder aquisitivo e investidores interessados em aluguel tradicional ou de temporada.

Outra tendência é o avanço dos projetos verdes, focados em eficiência energética, automação, uso de painéis solares e sistemas de captação de água da chuva, que estão cada vez mais valorizados pelos consumidores.

Além disso, o segmento econômico deve se beneficiar do aumento do teto do Minha Casa Minha Vida Faixa 4 para R$ 500 mil, criando uma janela de oportunidades para incorporadoras voltadas ao público de renda intermediária.