Os meses de setembro e outubro são os ideais para planejar as ações e o orçamento. Confira o passo a passo

O fim do ano se aproxima, e com ele vêm o Natal, as férias escolares e o maior uso das áreas de lazer. Se alguns condomínios precisam preparar piscinas e espaços de convivência para a alta demanda, todos devem se organizar quanto a orçamentos, assembleias e reajustes da taxa condominial para 2026.
Segundo Hercules Pires Figueiró, da F&F Administradora de Condomínios, antecipar o planejamento é essencial. “Essa organização evita imprevistos, como falta de fornecedores, acúmulo de prioridades ou falta de tempo para executar as ações”, explica. Para ele, o trabalho pode ser resumido em três frentes principais: parte física, financeira e jurídica.
Parte física: manutenção e reparos em dia
O ideal, aponta Hercules, é que todas as manutenções programadas – como extintores, limpeza de caixa d’água e dedetização – estejam concluídas até o fim de novembro. Já os serviços básicos de rotina, como jardinagem e faxinas, devem estar atualizados até 20 de dezembro.
“As áreas de lazer e de confraternização são as mais utilizadas nesse período e, por isso, merecem atenção especial”, reforça. Nas piscinas, é necessário revisar bombas e filtros, além de garantir limpeza e tratamento da água. No salão de festas e na churrasqueira, deve-se inspecionar a parte elétrica, hidráulica e o mobiliário. Playgrounds e áreas infantis precisam de vistoria em brinquedos, pisos e estruturas, para assegurar a segurança das crianças.
Além disso, é importante divulgar antecipadamente as regras de uso desses espaços, evitando conflitos entre moradores e garantindo a boa convivência.
Parte financeira e jurídica: transparência e organização
Na frente financeira, Hercules recomenda antecipar a emissão dos boletos de janeiro – o que deve ser feito ainda antes das festas de fim de ano, por volta de 20 de dezembro. “Também é prudente revisar e negociar compromissos financeiros que vencem em datas festivas ou durante o recesso da administradora, para não gerar transtornos”, orienta.
Em relação às assembleias, é fundamental preparar todo o material com antecedência. “O descuido pode acarretar problemas sérios, como vencimento de mandatos ou ausência de uma previsão orçamentária válida para o próximo ano”, alerta.
No orçamento, além das despesas ordinárias, o especialista recomenda prever medidas de contingência, principalmente diante da inadimplência, que segue como desafio em muitos condomínios. Ele sugere que o balanço anual inclua:
- demonstração detalhada de receitas e despesas;
- comparativo entre orçamento previsto e realizado;
- provisões para manutenções preventivas e obras futuras;
- atualização do fundo de reserva.
“Quando os números são claros e objetivos, há mais engajamento dos moradores, menos resistência às melhorias e até uma redução na inadimplência, já que todos entendem o destino dos recursos”, reforça.
Checklist: sete pontos essenciais para o planejamento do condomínio
- Manutenções obrigatórias em dia – extintores, limpeza de caixas d’água, dedetização e demais itens de segurança.
- Áreas de lazer revisadas – piscina, salão de festas, churrasqueira e playground em perfeitas condições de uso.
- Orçamento e previsão orçamentária aprovados – incluindo plano de contingência para inadimplência.
- Envio antecipado de boletos de janeiro – para que moradores possam se organizar financeiramente.
- Assembleia ordinária convocada – com edital claro, respeitando prazos e regras da Convenção.
- Comunicação preventiva com condôminos – reforço das regras de uso das áreas comuns e divulgação de cronogramas de manutenção.
- Planejamento de obras futuras – programar reparos e reformas maiores apenas para janeiro e fevereiro, minimizando impactos nas festas e férias.