Entenda como estabelecer diretrizes eficazes para facilitar a logística e evitar conflitos entre moradores, entregadores e porteiros

Nos dias de hoje, a entrega de encomendas e alimentos em condomínios se tornou uma prática comum e, em muitos casos, essencial para a rotina dos moradores. No entanto, essa comodidade traz à tona uma série de desafios, principalmente no que diz respeito à organização e à segurança dentro do ambiente condominial. Para evitar conflitos e garantir um fluxo tranquilo entre condôminos, entregadores e a equipe de portaria, é fundamental que os condomínios implementem normas claras e rígidas.

Flavio Lubcke Farias é síndico profissional há dez anos e conta que em um dos condomínios que administra, que conta com 464 apartamentos, a média de encomendas ou documentos recebidos por dia útil é de 40 a 50 unidades. Por isso, em grandes, médios e até pequenos complexos habitacionais, o controle e a organização são fundamentais para a gestão de pacotes de todo tipo.

Um dos principais pontos que, no dia a dia, acaba se tornando a base desse fluxo é a comunicação. Os moradores devem ser informados sobre as regras de entrega desde o momento da assinatura do contrato de locação ou compra. Isso inclui detalhes como os horários permitidos, as áreas designadas para a entrega de pacotes e as orientações específicas para entregadores.

Além disso, é importante que os síndicos e administradores desenvolvam um protocolo de segurança que permita o gerenciamento das encomendas. No recebimento, é essencial identificar o responsável por esse ato, a data da entrega e, se possível, o horário. Já no repasse do item para o morador, vale registrar a pessoa que recebeu – lembrando que é preciso ser sempre um adulto –, e, da mesma forma, a data e o horário.

Em caso de entregas diretas ao morador, como é o caso de aplicativos de delivery de comida, por exemplo, o especialista enfatiza que o entregador não deve subir até o apartamento, mesmo com a solicitação do morador. Essa regra evita a circulação de pessoas estranhas nas áreas comuns do condomínio e garante maior segurança tanto para os motoboys quanto para os condôminos.

De acordo com Lubcke Farias, é preciso divulgar normas como essa nas assembleias de condomínio para que todos estejam cientes das informações, enfatizando que as medidas tomadas têm por fim a segurança dos moradores. “A partir do momento em que temos muita comodidade, a segurança se torna muito falha. É como uma balança. Ao aumentar a segurança, você vai perder um pouco da comodidade. Mas é preciso colocar a segurança em primeiro lugar”, recomenda.

Já para os porteiros que, em grande parte dos casos, são os responsáveis por intermediar esse contato, é possível oferecer treinamentos que os preparem para lidar com situações de conflito. Caso o morador solicite a entrada desacompanhada de um entregador, o profissional deve se respaldar nas normas determinadas para esclarecer a conduta correta. Em contrapartida, é responsabilidade do condômino estar a par do regulamento e o respeitar, assim como os profissionais envolvidos.