Em 2024, a projeção foi de uma média de 14% de atraso nos pagamentos; especialista explica os motivos da variação
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A inadimplência da taxa condominial é um grande desafio enfrentado pelos síndicos na gestão de um condomínio. Em 2024, a projeção da plataforma uCondo estimou uma média de inadimplência de taxas condominiais em 14%, partindo de uma base de 5 mil condomínios e 500 mil unidades condominiais verificadas no país. Marcelo Baiak é presidente da Associação das Administradoras de Condomínios do Estado do Paraná (AACEP), parceiro do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR) e confirma que durante os meses de janeiro e fevereiro a inadimplência tende a aumentar, uma curva que se repete ano após ano.
“Por incrível que pareça, mesmo após o mês de dezembro, quando nós temos o 13º na economia sendo aplicado, muitas pessoas o utilizam para quitar dívidas, mas a inadimplência aumenta, porque acabam buscando lazer ou outras coisas e o condomínio fica de lado”, comenta. Entre os fatores que causam esse aumento, o especialista cita a falta de priorização do pagamento da taxa em relação a outras despesas opcionais, a falta de informações no momento da compra do imóvel e o impacto do setor econômico como um todo, o que ocasiona uma renda menor do que a necessária para o pagamento de todos os gastos com a moradia.
Muitos se esquecem, no entanto, que ao deixar o pagamento da taxa de condomínio de lado a dívida gera consequências do ponto de vista jurídico. Por isso, é importante que tanto o condômino quanto o condomínio estejam cientes das implicações da falta de pagamento e seus desdobramentos.
O papel da gestão
O síndico, segundo a legislação, é o responsável pela gestão financeira do condomínio e tem a obrigação de cobrar dos condôminos as contribuições para as despesas do condomínio. Baiak explica que o profissional pode, inclusive, ter que restituir o caixa do condomínio, caso seja omisso na efetuação da cobrança. Por esses motivos, o cargo exige equilíbrio, atenção aos aspectos legais e uma gestão proativa por parte do profissional.
Além disso, a implementação de práticas preventivas e a busca por soluções amigáveis devem ser priorizadas para garantir a harmonia entre os moradores e a saúde financeira do condomínio. Ao adotar estratégias de cobrança claras, transparentes e bem planejadas, os síndicos podem minimizar os impactos da inadimplência e manter o bom funcionamento do condomínio, garantindo que todos os moradores usufruam de um ambiente bem administrado e em constante melhoria.
A responsabilidade dos condôminos
Já os moradores, são responsáveis por manter os pagamentos em dia, contribuindo para o pagamento de funcionários, despesas fixas e variáveis e, até mesmo, reformas que sejam necessárias. Caso isso não aconteça mesmo após as negociações, o presidente da AACEP explica que o condomínio pode ingressar com uma ação de execução por taxas condominiais em atraso contra o proprietário.
“Caso a pessoa não efetue o pagamento, ela pode ter o imóvel penhorado e até levado a leilão por falta de pagamento de taxas condominiais. É muito importante tomar cuidado, porque mesmo que seja o único imóvel da pessoa, o imóvel pode sim sofrer a penhora e ser levado a leilão”, adiciona.