Políticas públicas de revitalização do Centro estimulam o desempenho do segmento

O mercado de locação de imóveis comerciais registrou, em julho, seu melhor desempenho dos últimos 12 meses na capital paranaense: 8,5% de sua oferta locada. Em relação a junho, o aumento foi de 1 ponto porcentual (p.p) e destaca o bom momento do setor, que comemora números positivos também na venda de imóveis usados. Os dados são do levantamento recente divulgado pelo Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), integrante do Sindicato da Habitação e Condomínio do Paraná (Secovi-PR).
O estímulo para o segmento vem, em grande medida, das políticas públicas realizadas pela Prefeitura de Curitiba com foco na revitalização do Centro. “O bairro concentra, sozinho, praticamente um terço do volume de unidades comerciais locadas em julho [29,2%]. É um desempenho que demonstra a retomada da região central, impactada desde a pandemia de Covid-19”, lembra Luciano Tomazini, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR.
Depois dele, os bairros que registraram a maior procura pelos inquilinos comerciais foram Batel, Bigorrilho e Centro Cívico (com 4,6% cada), seguidos por Água Verde, Alto da XV, Portão e Rebouças (todos com 3,8%).
Além do desempenho no setor comercial, o Centro também lidera o volume de locações residenciais, com 15,5% das negociações efetivadas em julho. Água Verde (5,6%), Bigorrilho (4,8%), Portão (4,4%), Campo Comprido (3,3%) e Santa Cândida (3,2%) aparecem na sequência.
Desempenho por tipologia
Ainda no segmento residencial, os studios registraram bom desempenho, passando de 7,4% para 10% de sua oferta locada entre os meses de junho e julho de 2025. “O mês de julho é, tradicionalmente, um período que destaca as locações dessa tipologia de imóvel, pois é um mês de férias, no qual muitos estudantes mudam-se para a capital para iniciar o segundo semestre letivo”, lembra Marília Gonzaga, vice-presidente de Locação e Administração Imobiliária do Secovi-PR.
As residências de alvenaria de quatro dormitórios também avançaram, de 0% para 6,1% no período, enquanto o interesse pelos sobrados passou de 14,6% para 21,2% de junho para julho.
O ticket médio da locação residencial, por sua vez, ficou em R$ 2.229. O valor é 3% superior ao registrado em junho e indica alta de 19,3% em relação a julho de 2024. Na média trimestral, o aumento foi de 13,9% no comparativo ao igual período do ano passado, com o montante somando R$ 2.183 — em relação a 2023, o acréscimo é de 29,4% no período.
A inadimplência dos inquilinos segue estável, na casa de 1%. O desempenho é reflexo do investimento das imobiliárias na análise criteriosa, segura e confiável, que contribui para a qualificação dos inquilinos e ajuda a prevenir os atrasos no pagamento do aluguel superiores a 30 dias.