
Iniciativas públicas na região central estimulam o aluguel de unidades para comércio; ticket médio da locação continua subindo
Os imóveis comerciais têm alavancado o aluguel imobiliário em Curitiba (PR). Em outubro, a Locação Sobre a Oferta (LSO) da categoria atingiu a marca de 8,6%, a maior desde julho de 2024. Em relação a setembro, a alta foi de 2,3 pontos percentuais (p.p), e o índice também ficou 1,2 p.p acima do registrado em outubro do ano passado.
Os dados são do último levantamento realizado pelo Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), integrante do Sindicato da Habitação e Condomínio do Paraná (Secovi-PR), que destaca as políticas públicas de revitalização do Centro, realizadas pela Prefeitura de Curitiba, como um dos estímulos para o bom desempenho do segmento.
“Cerca de 20% dos imóveis comerciais voltados à locação estão na região central da cidade”, lembra Luciano Tomazini, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR.
De fato, o bairro foi o mais procurado pelos inquilinos que assinaram contratos de locação comercial em outubro, representando 21,6% dos negócios efetivados. O segundo colocado foi o Água Verde (6%), seguido por Novo Mundo (5,2%), Mercês (4,3%) e Batel, Hauer, Rebouças e Santa Felicidade (todos com 3,4% cada).
“O bom desempenho da categoria também demonstra a confiança dos inquilinos e a crença deles na economia”, aponta Leonardo Baggio, vice-presidente do Inpespar. Outro dado que corrobora essa percepção é a alta na LSO de todas as tipologias de imóveis comerciais. A locação de conjuntos, por exemplo, subiu de 5,3% para 6,8% entre setembro e outubro, enquanto a das lojas aumentou de 8,5% para 10,4%. As maiores altas, no entanto, foram registradas nas casas comerciais, que subiram de 4,5% para 9,5%, e nos barracões, cuja procura cresceu de 2,4% para 11,4% no período.
Ticket médio da locação segue em alta
Acompanhando o movimento do setor comercial, a LSO de unidades residenciais também sinalizou crescimento, mesmo que mais modesto. Em outubro, 19,1% dos imóveis disponíveis foram locados, aumento de 1,7 p.p em relação a setembro e de 3,5 p.p no comparativo com o mesmo mês de 2024.
Assim como a procura por imóveis, o valor negociado nas locações segue em alta. O ticket médio do aluguel total na capital paranaense no período foi de R$ 2.452, aumento de 7,7% em relação ao mês anterior. No segmento residencial, o acréscimo foi de 6,3%, com o valor médio do aluguel de R$ 2.316 — a alta representa um aumento de 17,9% no comparativo com outubro do ano passado.
O Centro também lidera a lista dos bairros mais buscados por quem locou um imóvel com finalidade de moradia, com 12,7% dos contratos efetivados. Atrás dele, aparecem Água Verde (4,8%), Portão (4,6%), CIC (4,2%) e Bigorrilho (3,9%). Já entre as tipologias com melhor desempenho, o destaque é para as casas de dois dormitórios, que tiveram 41,3% de sua oferta locada, crescimento de 13,8 p.p no comparativo com setembro.
A inadimplência dos inquilinos segue estável, na casa de 1%. O desempenho é reflexo do investimento das imobiliárias na análise criteriosa, segura e confiável, que contribui para qualificar os inquilinos e para prevenir atrasos no pagamento do aluguel superiores a 30 dias.