Dados da mais recente pesquisa do Inpespar demonstram que, pela primeira vez no ano, Índice de Locação Sobre Oferta (LSO) ficou abaixo dos 20%

O mercado de locação residencial de Curitiba apresentou em agosto uma queda no desempenho. No mês, o Índice de Locação Sobre Oferta (LSO) registrado foi de 14,8%, queda de 11,5 pontos porcentuais (p.p) em relação a julho e de 11,4 p.p no comparativo com agosto de 2023. 

“Essa queda deve-se à sazonalidade do mercado de locação, uma vez que este é um mês no qual a procura por imóveis costuma ser menor”, explica Luciano Tomazini, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (SECOVI-PR). 

Nos primeiros sete meses de 2024, o menor porcentual havia sido registrado em abril, quando o índice atingiu os 20%, segundo dados do estudo mais recente do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), integrante do Sistema Secovi-PR. 

O valor cobrado pelos alugueis, em contrapartida, mantém o ritmo de crescimento e fechou agosto com ticket médio de R$ 1.935, aumento de 3,5% em relação a julho (R$ 1.869). 

“Os valores dos alugueis estão em um movimento de estabilização em um patamar elevado. Por isso, também, contribui para que a busca pela locação seja menor”, acrescenta Marilia Gonzaga, vice-presidente de locação e administração imobiliária do Secovi-PR.

Tais pontos têm impacto sobre outro índice, o da velocidade de locação, que apresentou uma leve queda. Os apartamentos de dois dormitórios, por exemplo, foram alugados em 34 dias, em média, dois dias a mais do que no mesmo mês de 2023 (32 dias). 

Entre os endereços preferidos pelos inquilinos que fecharam negócios em agosto de 2024, o Centro foi o destino mais buscado, registrando 13,1% das locações. Portão (4,8%), CIC (4,4%) e Cristo Rei (4%) aparecem na sequência, seguidos por Água Verde (3,8%), Bigorrilho (3,6%), Campo Comprido e Pinheirinho (3,4% cada). 

 

Locação comercial 

 

No que diz respeito aos imóveis comerciais, por sua vez, o cenário é de estabilidade. Em agosto, o índice ficou na casa dos 6,8%, 0,6 p.p negativo quando comparado ao mesmo mês de 2023 (7,4%). 

Entre os bairros mais procurados para a locação com fins comerciais, o Centro lidera com 24,8% da busca, seguido por Juvevê (6,8%), Água Verde (5,1%), Bigorrilho (4,3%) e Cajuru, CIC e Cristo Rei (3,4%). 

“Imóveis ou conjuntos comerciais localizados nos bairros mais procurados e que contam com boa estrutura, como portaria e estacionamento, têm procura muito maior”, destaca Marília Gonzaga.

 

Inadimplência

Em agosto, a inadimplência dos inquilinos, definida como o atraso no pagamento do aluguel superior a 30 dias, foi na casa de 1%. Este porcentual é uma referência relevante para os locadores e imobiliárias, que prezam por processos detalhados de cadastramento e de contato ativo com os inquilinos após a conclusão das negociações.