Emergências podem ser ainda mais caras, lembra Maria Cristina Melquiades Toledo, diretora geral da Mineira Condomínios

“O seguro morreu de velho”, brinca Maria Cristina Melquiades Toledo, diretora geral da Mineira Condomínios, quando o assunto é a manutenção preventiva dos condomínios para os meses de verão, em que os dias quentes e de temporais são mais comuns. Com medidas simples, avalia, é possível passar por este período sem grandes complicações e com alguma economia.
Alagamentos, infiltrações e descargas elétricas são alguns dos problemas que ela aponta e que precisam estar no radar dos síndicos. “Estar sempre preparado, antecipar problemas, ser precavido ajuda a evitar acidentes e, ainda que eles ocorram, resolvê-los torna-se muito mais fácil e menos oneroso, ao contrário de um caso de emergência”, lembra.
Calhas, telhados e ralos em dia
Entre as primeiras ações, ela recomenda fazer a limpeza das calhas. “Calhas entupidas podem causar o transbordamento da água da chuva. Além de alagamentos, podemos ter questões com infiltração e mofo nos apartamentos”, alerta. “Em casos mais graves, pode haver prejuízo à estrutura do prédio e não será possível acionar a seguradora caso seja comprovada a falta de manutenção”, completa.
Telhados comprometidos também podem ser fonte de dor de cabeça, reforça a diretora, principalmente quando há falhas nas telhas e no madeiramento, o que faz com que a estrutura não suporte chuvas fortes e granizo.
Ainda em função das chuvas, é importante verificar todos os ralos das áreas comuns do condomínio, assim como também orientar para que os condôminos façam o mesmo em suas respectivas sacadas, caso estas também tenham ralos e estejam expostos à chuva. As bombas d’água devem estar funcionando em perfeita ordem para que, se preciso for, possam drenar a água de garagens e subsolos.
Sem risco de raios
O Brasil é o país com maior incidência de raios do mundo. Em média, segundo dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat/Inpe), caem cerca de 77 milhões de descargas atmosféricas por ano no território brasileiro. Apenas por esse dado, é possível ter ideia da importância de um para-raio. Maria Cristina orienta que o síndico tenha sempre o laudo SPDA (Sistema de Proteção contra Descarga Atmosférica) exigido pela NBR 5419.
“Este laudo nem sempre sai barato, mas pode resguardar o condomínio caso haja um dano elétrico causado pelo mau funcionamento do para-raio”, comenta. O equipamento com problemas pode causar risco de incêndio, danos estruturais e queima de equipamentos elétricos. “Quem já teve que trocar uma placa queimada de elevador sabe bem o que é isso”, exemplifica.
Revisões gerais
Luzes de emergência também devem estar em ordem e funcionando perfeitamente, porque, nesta época, é mais comum a queda de energia, destaca a especialista. Além disso, os extintores devem sempre estar com o prazo de validade em dia, assim como a limpeza da caixa d’água, a dedetização e a manutenção dos elevadores e tantos outros equipamentos que guarnecem as áreas comuns do condomínio.