Temperaturas altas no verão exigem cuidados com a saúde
Acentuado pelo El Niño, clima quente deve durar até abril de 2024 com incidência de ondas de calor
O verão começou oficialmente no dia 22 de dezembro e as altas temperaturas têm sido sentidas em todo o Brasil. Sob a incidência do fenômeno El Niño, o país deve registrar, até abril de 2024, ondas de calor com clima seco em algumas regiões, segundo estudo da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Com temperaturas que podem chegar à casa dos 40ºC, é importante manter alguns cuidados com a saúde, em especial no combate à desidratação, e queimaduras de pele e à queda dos níveis da pressão arterial. Isso porque o calor extremo provoca uma série de reações fisiológicas no corpo que, caso não sejam controladas, podem acarretar em ocorrências graves.
“O nosso corpo tem temperatura central na casa dos 37,5º e existem mecanismos para regular essa temperatura. Se está muito frio, a musculatura começa a tremer para produzir calor e, quando está muito quente, o corpo tem mecanismos de resfriamento. São eles que vão provocar alguns sintomas, sejam fisiológicos ou patológicos”, explica Andrei Leichsenring, coordenador médico e clínico geral do SecoviMed.
Por isso, o primeiro cuidado fundamental em caso de calor extremo é a hidratação constante, seja com água, sucos naturais ou isotônicos. Essa medida auxilia no controle da temperatura corporal e no bom funcionamento dos órgãos, em especial dos rins, que necessitam da água para realizar a filtragem de impurezas do corpo.
Outro ponto de atenção é a exposição prolongada ao sol que, em dias de altas temperaturas, deve ser evitada entre as 11h e às 16h. Para complementar, é recomendada a utilização de protetor solar, roupas leves e, até mesmo, de bonés, chapéus e sombrinhas para diminuir a exposição direta aos raios solares. O alerta também é válido para ambientes fechados.
Além disso, a utilização de ventiladores e ares-condicionados, bem como a alimentação com frutas, legumes, hortaliças e verduras também auxiliam na obtenção de água, sais minerais e outras substâncias importantes para a hidratação do corpo.
Possíveis impactos do calor
As altas temperaturas impactam diretamente na pressão arterial e, de acordo com o especialista, um dos mecanismos corporais para o controle do calor é a vasodilatação. Esse processo provoca uma queda na pressão, o que pode gerar cansaço, fadiga e palpitações devido ao aumento da frequência cardíaca.
“Isso também pode gerar alguns sintomas mais intensos e, em alguns casos, até mais alarmantes como dores de cabeça, tontura, desmaios, irritações na pele, sangramento no nariz, agravamento de doenças respiratórias como asma e rinite, inchaço nas pernas devido à vasodilatação e as cãibras, causadas pela perda de eletrólitos”, prossegue Leichsenring.
Em casos mais graves, as ocorrências podem incluir insolação, convulsões, infartos e derrames. Além disso, as funções celulares também podem ser impactadas pelos danos gerados após a exposição do corpo a temperaturas acima dos 40º. Idosos, crianças, diabéticos e pessoas com insuficiência renal são mais suscetíveis a essas condições e, por isso, necessitam de cuidados redobrados.