
Hoje há 104 mil condomínios administrados por síndicos profissionais no país, segundo a ABRASSP. A tendência é de crescimento, mas há desafios na função
A atividade de síndico profissional está em alta no Brasil e deve crescer ainda mais nos próximos anos, acompanhando a complexidade da vida em condomínio e a demanda por gestão qualificada. Hoje, cerca de 104 mil condomínios no país já são administrados por síndicos profissionais, de acordo com a Associação Brasileira de Síndicos e Síndicas Profissionais (ABRASSP). A expectativa é que esse número chegue a 130 mil até 2030, segundo projeção da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC).
A síndica profissional Cecília Fontes considera a sindicatura a profissão do futuro. Ela começou como síndica moradora e encontrou na função uma nova paixão: cuidar de pessoas, lares e famílias. “Descobri uma nova paixão, mas gostar não basta: é preciso buscar qualificação”, reforça.
Cecília fez seu primeiro curso de síndico profissional em 2021 e segue estudando para se atualizar. “A capacitação é fundamental para que o síndico faça uma gestão eficiente. Hoje existem cursos com certificação, como os do Secovi, que oferecem um bom preparo para quem deseja atuar no mercado”, explica a especialista, que também já integrou o corpo docente do Sindicert.
Entre os desafios da profissão estão captar novos condomínios, realizar uma gestão de excelência, administrar conflitos e selecionar bons fornecedores. Outro ponto de atenção é a concorrência com profissionais que cobram valores baixos, sem considerar a complexidade e a responsabilidade da função.
Mudanças na função
O papel do síndico evoluiu muito ao longo dos anos. Antes visto apenas como representante do condomínio, hoje ele acumula uma série de responsabilidades legais. O Código Civil, em seu artigo 1.348, detalha nove atribuições, como convocar assembleias, representar o condomínio, prestar contas, elaborar o orçamento, cobrar taxas e manter o seguro do edifício em dia.
Além de habilidades técnicas, Cecília destaca a importância de gostar de pessoas e saber ouvir os moradores. “Saber se comunicar, ouvir e administrar situações como inadimplência e conflitos é parte do dia a dia do síndico”, observa.
Para apoiar o trabalho, o síndico pode contar com assessorias jurídicas e de engenharia, além de entidades como o Secovi, que oferecem dados de mercado, treinamentos e apoio técnico. “É uma parceria de sucesso, onde todos ganham: o síndico, os moradores, o condomínio e a cidade”, finaliza.