A busca por terrenos pelos curitibanos está aquecendo o mercado imobiliário desde o início de 2024, segundo o último levantamento do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), integrante do Sistema Secovi-PR. Em março de 2024, a Venda Sobre Oferta (VSO) foi de 3,4%, um crescimento de 2,3 pontos percentuais (p.p.) em relação a março de 2023 e de 1,7 p.p. comparado a fevereiro deste ano.

Um dos fatores que pode impactar nesse aumento é a redução da taxa Selic, pois no final de 2022 estava em 13,75% enquanto, ao final de 2023, caiu para 11,75%. “A diminuição da Selic favorece o investidor do mercado imobiliário e, consequentemente, é possível notar a retomada da confiança do consumidor que deseja construir imóveis”, ressalta Josue Pedro de Souza, vice-presidente de Lançamentos e Comercialização Imobiliária do Secovi-PR.

A pesquisa também aponta a Venda de Usados Sobre Oferta (VUSO) em um patamar alto. O VUSO residencial de março deste ano ficou em 4,9%, um crescimento de 0,1 p.p. em relação ao mês anterior de 2024. Na mesma comparação, o índice comercial foi de 1,5%, 0,3 p.p. de crescimento. “Os dados que obtivemos nos primeiros meses do ano demonstram um mercado em alto patamar, com pequenas nuances, mas bem aquecido”, analisa Luciano Tomazini, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR.

O número médio de dias para venda por tipo de imóvel também foi destaque na pesquisa. Os apartamentos de um e dois quartos na compra de imóveis usados tiveram uma redução de 39 dias e de 54 dias, respectivamente, no tempo médio de venda, comparado ao mesmo período de 2023. “Enquanto, em março de 2023, as plantas de um quarto levavam, em média, 148 dias para serem vendidas, hoje levam 109 dias. Já nos apartamentos de dois quartos, a diferença é ainda maior, pois, no ano passado, a média era de 161 dias e agora passa a ser 107 dias”, completa Tomazini.

Outro ponto que impacta diretamente o comportamento do mercado é o ticket médio  das negociações de imóveis residenciais usados, que se mantém estável. Em fevereiro de 2024, o valor médio foi de R$ 451.428, enquanto em março teve uma redução de 0,03%, R$ 451.294, um valor muito próximo. 

“O setor imobiliário se mostra aquecido e uma oportunidade para os investidores. A estabilidade do ticket médio residencial gera a valorização do investimento em imóveis, já que acaba tendo um retorno rentável. A disponibilidade de crédito também é um fator impactante, pois o financiamento continua na casa dos 70% em março de 2024, favorável tanto para o investidor quanto para quem deseja adquirir para uso próprio”, completa Souza.

Bairros mais procurados – O bairro com o maior número de negociações residenciais em março de 2024 foi o Centro, que correspondeu a 9,8% da busca. Água Verde, com 7,6%, e Boqueirão, com 4,9%, completam a lista das localizações mais procuradas. Destaque também para Santa Cândida (4,5%), Cristo Rei (4,0%), Boa Vista e Xaxim (3,6%).

Já o bairro com mais negociações de terrenos no terceiro mês de 2024 foi o Xaxim, com 17,1%. Em seguida, Vista Alegre (14,6%) ocupou o segundo lugar e Pinheirinho (12,2%) o terceiro lugar. Santa Cândida (9,8%) e Pilarzinho (7,3%) também apresentaram índices maiores.